Tuesday, July 19, 2011

The Tale of Martin, the Drunk Croatian

Olá blog, quanto tempo. Fiquei muito tempo sem postar aqui, as pessoas já devem estar pensando que eu deixei ele morrer. Para provar o contrário, decidi utilizar a minha atual situação (estando na Suíca, wahoo) para encontrar algo pra postar aqui. E quem diria, tenho coisas pra contar à VERA.

Então, essa é minha segunda viagem a Suíça, a primeira foi em 2008, no meio do meu segundo ano (E que ano foi esse, aiai. But that's not the point of this post) e estou voltando agora 3 anos depois, diferente, ou não. Não gosto de fazer esse tipo de auto-análise, prefiro deixar para os outros. Enfim, estou sentado agora no escritório da Vicki (melhor amiga da minha mãe), as 11 da noite em horário suíço, 6 da tarde no Brasil. So let's get to it, eh?

Pra começar com meu ferimento épico. Viajei sexta-feira de tarde, e na sexta-feira de manhã decidi ir no último 'Futebol da Física', pelada semanal do curso. Como eu estou inscrito no time e futebol da física que vai jogar nas Olimpíadas da UFF, tenho que aparecer, né. Então eu fui empolgadão, e Carlos, Caio e Remi foram também. Ficamos jogando normalmente e tal, até geral ficar meio cansadão lá pras 12:40. Então pensamos, 'bora mais um jogo', e fomos lá. Eu que precisava ir embora comecei a jogar empolgadão, e numa hora que o time oposto foi fazer um contra-ataque bolado eu fui dar uma de zagueiro like a boss e consegui dar o bote, mas tava indo tão rápido que tropecei na grama desigual e quase dei de cara no murinho de pedra que demarca os limites do campo. Consegui me jogar pra frente e evitar o murinho, mas me estabaquei lindamente na poeira e nas pedras que tem fora do campo, ralando meu joelho loucamente, além de arranhar a minha perna e machucar as mãos. O joelho começou a sangrar, claro, mas fazer o que. Voltei a jogar.

Após um tempo minha perna direita tava sangrenta do joelho até o pé, mas como muitos sabem, jogando a adrenalina disfarça a dor, e consegui fazer um gol /o/. Depois disso empolguei de vez, e na hora de receber a bola eu quase torci o pé esquerdo. Aí nem deu, galera. Fiquei mancando no campo de defesa até outro maluco do meu time fazer gol da vitória, e me mandei de lá. Cheguei em casa, 1:30 da tarde, precisando sair de casa com meus pais as 3, com um joelho todo fudido. Conseguimos botar aquele antibiótico horroroso e uns bandaids, mas isso ainda me causaria bastante sofrimento. Fomos pro aeroporto, entramos no avião, etc.

Só uma observação. Na hora de fazer check-in pro avião, nos avisaram: eu ia sentar na fileira atrás dos meus pais, com uma pessoa estranha do meu lado. Beleza, né. Well, that's how I would meet Martin, the impromptu hero of our story. Sentamos, e eu fiquei muito tempo lá sozinho lendo meu American Gods, até pensar que meu assento vizinho ia ficar vazio. Aí ele apareceu. Um maluco grande, que ficou no corredor me olhando um tempo até me cutucar e indicar o assento. Graciosamente me levantei e ele se sentou, e quando eu sentei, senti uma aura em volta desse cara, cheirando a Black Label. Uh oh. Quando ele tirou uma garrafinha de Johnny Walker da mochila e deu uns goles, não me surpreendeu nem um pouco.

Um tempinho de vôo depois, ele começou a conversar comigo. Oh yeah. Vou tentar escrever aqui um trecho de uma das conversas.

Croata louco: Man. Fucking shit. I fucking hate Iberia. (estávamos num vôo da Iberia, etc) This fucking shit plane. A ten hour flight, and we don't even have TVs! (não tinham aqueles tvszinhas nos assentos) Fucking shit.

Julian: Uh... yeah. Horrible plane.

Croata louco: So... (pega o livro das minhas mãos) what are you reading?

Julian: American Gods, by Neil Gaiman. It's about gods that live in the real world, and look just like regular people.

Croata louco: Like Marvel?

Julian: Well, no. You have Odin and other Norse gods, Scandinavian gods, African gods...

Croata louco: So, just like MARVEL! (ri sozinho por uns minutos)

Nossas conversas eram todas meio desse nível aí. As vezes ele se interrompia pra dar uns goles nas garrafinhas. Ele acabou me perguntando altas paradas da minha vida, e eu perguntava coisa pra manter a conversa andando né. O nome dele era Martin, e ele era um engenheiro contratado pela Petrobras. Como estava de férias, tava voltando pra Croácia. Ele me perguntou se eu era brasileiro ou não, como eu falava inglês tão bem sendo brasileiro, quantos anos eu tinha, etc etc. Ele ria as vezes de nada, e eu como um bom companheiro de bêbado, ria quando ele ria, o que fazia ele rir ainda mais das minhas risadas. Em um dos melhores momentos da noite, ele até ficou caçando mulher pra mim pelo avião. Quando uma moça especialmente bonita se levantou umas 4 fileiras na nossa frente, ele mandou essa:

Martin: Do you have a woman? Oooh, look over there, a woman for you.

Julian: (eu com medo sério que ele ia tentar algo, tentei despistar) Oh, but I already have a woman. (cacei no iPod uma foto de alguma amiga, encontrei uma especialmente bonita da Luisa e mostrei pra ele) Look, here she is.

Martin: (estudando a foto) Hmm. Well, why not have two? (gargalhou sozinho por mais uns minutos)

Aí umas duas ou três horas após levantarmos vôo, ele apagou totalmente, e no dia seguinte ele acordou com uma ressaquinha e ficou quieto. Falou comigo no café da manhã e me agradeceu praticamente com lágrimas nos olhos quando eu dei minha tigelinha de frutas pra ele comer. Aí na hora de desembarcar, ele saiu andando e nem olhou pra trás. *snif* Meu disposable friend (pseudocults, entendam a referência) tinha ido embora pra sempre da minha vida, mas me deixou com uma puta duma memória engraçada (além da foto que tirei dele enquanto ele tava apagado, mwahahahaha!).

Por enquanto é isso, to aqui na Suíça há alguns dias já, mas não aconteceu nada de muito marcante. Thanks for reading, my friends.

Kisses and hugs and handshakes and high fives

2 comments:

  1. Se você conversa com bêbados aleatórios bata palmas, clap clap clap.

    Se vocẽ conversa com mendigos bata palmas, clap clap clap

    Se você é retardado, conversa com o amigo ao lado, se você é retardado bata palmas, clap clap clap!

    Um clássico. Outro dia perdi horas com um mendigo na praia de icaraí que me explicou o engenhoso taco de golfe que ele tinha desenvolvido a partir de um cabo de guarda-chuva, cujas bolinhas eram cocos e amêndoas. (antes que me perguntem, não era o tá ligado). Maneira a historinha, e a lição final é que a petrobras contrata qualquer um, inclusive bêbados croatas.

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  2. saudades de ler suas bobagens...
    saudades maiores ainda de você!


    OBS.: curioso você ter mostrado, por acaso, a foto da Bu... ahhahaha

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